20 de novembro: Dia da consciência negra

O dia da consciência negra é celebrada no dia 20 de novembro, a data busca promover a valorização da população afrodescente, em país onde o regime escravocrata durou longos séculos. Mas você sabe o por que o dia de hoje foi escolhido para tal celebração?

A data faz referência a morte de Zumbi de Palmares, considerado com um dos pioneiros da resistência contra a escravidão. Responsável por liderar um grupo de escravos fugidos, que se refugiaram no quilombo de Palmares, localizado na Serra da Barriga, na antiga capitania de Pernambuco, atual estado de Alagoas.

Escondido em meio a mata e distante dos engenhos nordestinos, este quilombo foi ganhando grandes proporções rapidamente, dizem que em 1644 havia 6 mil pessoas e em 1670 contavam com 20 mil pessoas, tornando-se um problema.

Durante o reinado de Ganga Zumba o quilombo mantinha uma relação pacífica com os colonizadores. Entretanto, quando Zumbi assumiu o reinado esta política sofreu modificações. A partir de 1678, Zumbi passou adotar uma política agressiva. Essa nova politica não foi bem vista pelos os portugueses ali instalados e encarregaram o bandeirante Domingo Jorge Velho para destruir o quilombo.

Em 1694, um grupo formado por bandeirantes, cerca de 6 mil pessoas, atacaram e conquistaram o quilombo, mas alguns conseguiram fugir, entre eles Zumbi, que se encontrava ferido. Em 20 de novembro de 1695 Zumbi foi preso em uma emboscada e morto. Sua cabeça foi salgada (colocada em sal para preservá-la) e exposta em praça publica no Pátio do Carmo para servir de exemplo a outros escravos, que acreditavam que Zumbi era imortal, e para satisfazer alguns senhores. O quilombo se desfez em 1710.

Em 1986, um período de mudanças em todos os sentidos para o Brasil principalmente na forma de se vê da história e do patrimônio histórico, a Serra da Barriga foi tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), onde foi construído o Parque Memorial Quilombo dos Palmares. Este espaço tem como objetivo reconstruir a cultura material africana, que tanto enriquece a cultura brasileira.

Isadora Mutarelli - Doutoranda em História -Universidade do Porto- Portugal

Bernardo Micheletto Neto - Mestrando em História, Relações Internacionais e Cooperação - Universidade do Porto