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O ROUBO DA MONA LISA

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  • 23 de abr. de 2019
  • 4 min de leitura

Você já deve ter ouvido falar sobre o pequeno quadro de Leonardo da Vinci. Mona Lisa encanta milhares de admiradores do mundo inteiro. Seu sorriso e olhar intrigante despertam a curiosidade de todos, que se espremem em um pequeno espaço para ter um gostinho do mais famoso sorriso.


Mona Lisa no seu espaço atual.

Cercado por um vidro a prova de balas, com segurança 24 horas por dia e uma delimitação generosa de distância, quem vê toda essa proteção nem imagina que antes de 1911 esse quadro ficava em um cantinho do majestoso Louvre, sendo reconhecido apenas pelos estudantes de artes que passavam horas no museu. Mas como esta obra adquiriu um valor inestimável da noite para o dia? E o que Picasso tem a ver com esse fato?



O dia do roubo

No dia 21 de agosto de 1911, segunda-feira, o museu do Louvre encontrava-se fechado, como é o costume dos museus pelo mundo. Nele só estavam alguns funcionários que trabalhavam na manutenção de algumas alas, entre eles o pintor italiano Vicenzo Perrugia.

Vicenzo Perrugia tinha uma certa compreensão de arte, mas escolheu Mona Lisa pelo seu tamanho, como ele afirmou na época. Com o museu praticamente vazio, Perrugia retirou a obra de arte da moldura e deixou o museu sem chamar atenção. O roubo só foi notado no dia seguinte. Todos os funcionários do museu foram interrogados, mas nenhum foi acusado.

O roubo da Mona Lisa provocou uma inquietação no mundo. Como uma obra de arte pode sair do museu sem ser notada? La Gioconda ganhou as páginas dos jornais nacionais e internacionais. O jornal Le Petit Parisien dedicou duas páginas inteiras do jornal sobre o roubo, enquanto que Le Matin ofereceu 5000 francos aos videntes, numerólogos, cartomantes ou qualquer outra ciência oculta para pudesse ajudar a descobrir o paradeiro da Mona Lisa.


O roubo da Mona Lisa na primeira página do jornal francês Le Petit Parisien

Diante de tal acontecimento fatídico, especialistas passaram a discutir cada detalhe da obra, criando uma nova áurea sobre o quadro. Teorias começam a borbulhar: Seria um autorretrato do pintor? Seria a esposa do mercador Florence Francesco del Giocondo ou Isabella Gualanda, uma cortesã do Vaticano ? Seu sorriso misterioso foi inspirado na mãe de Da Vinci?

Enquanto o mundo criava expectativas, teorias e lotavam o Louvre para observar o espaço vazio do quadro, a polícia francesa corria atrás de um suspeito: Pablo Picasso e seu bando.


Após o roubo, o espaço vazio passa a ser a grande atração do museu

O suspeito

Picasso havia se mudado para Paris no começo do século XX. Como era comum, Picasso vivia com um grupo de boémios que se denominavam “bande de Picasso”. Entre eles, estava o poeta e escritor Guillaume Apollinaire, cujo ex-secretário era Joseph Géry- Pieret.

Pouco tempo depois da Mona Lisa ter sido roubada, Pieret (atraído pela possibilidade de receber uma recompensa em dinheiro) entrou no escritório do jornal Paris-Journal e alegou que tinha levado obra de arte do Louvre, que encontrava-se com amigos, e só devolveria em troca de 150 000 francos. Conhecido por ter roubado três estatuetas ibéricas e máscaras fenícias do museu, Pieret enviou uma das estátuas roubada para o jornal para embasar sua afirmação.

As façanhas de Pieret chamaram a atenção de muitas pessoas, inclusive da polícia. As autoridades acreditavam que as pessoas que possuíam estas esculturas poderiam também ter a Mona Lisa – e não foi difícil descobrir quem eram os amigos do tal ladrão.

Gery-Pieret havia vendido uma estátuas e máscara para Picasso por 50 francos e presenteado Apollinaire com a outra estátua. Percebendo que estavam em apuros, Picasso e Apollinaire empacotaram as esculturas ibéricas e fugiram no meio da noite com um plano: jogar as obras de arte no rio Sena. Mas quando os dois artistas chegaram nas margens do rio, não conseguiram finalizar o trabalho. Em vez disso, Apollinaire visitou o Paris-Journal na manhã seguinte, onde deixou as estátuas e exigiu que o jornal lhe desse anonimato. O jornal concordou até as autoridades entrarem em cena.

Após esse episódio Apollinaire foi detido pela polícia pelos roubos das estátuas e Pablo Picasso foi chamado para depor. Quando lhe perguntaram se conhecia Apollinaire, o pintor mentiu: “Nunca vi este homem”.

Enquanto a polícia francesa seguia a pista de Picasso e seus amigos, um escritor italiano, Gabriele D’Annunzio, autor da peça de teatro La Giocconda, reivindicava o roubo também.

A polícia compreendeu que Picasso e Apollinaire não estavam envolvidos no caso do roubo da Mona Lisa, apesar de possuírem obras de arte rouba, e liberaram os dois boêmios. Enquanto que o escritor foi tido como apenas uma farsa.


O aparecimento

A obra foi recuperada dois anos depois do roubo, após uma dica de um comerciante de antiguidades. Vincenzo levou a obra para província de Como, ao norte da Itália, e estava procurando um comprador para ela. Ao ser preso, o ladrão justificou o roubo com uma demonstração de patriotismo, já que este acreditava que Napoleão havia confiscado a obra, fato que não é verifico, já que a obra foi vendida por Da Vinci ao rei francês Francisco I, em 1516, por um valor significativo para a época.



Vincenzo foi condenado a um ano e quinze dias de prisão, já a Mona Lisa voltou para o Louvre, mas não para o seu cantinho. A obra mais visitada do mundo ganhou um lugar de destaque e importância, onde é vigiada dia e noite pelos seguranças do museu e por seus admiradores.


Indicação:

-Para assistir : Picasso e o roubo da Mona Lisa

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